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1 de abril de 2011

Destaque de Abril de 2011 - Palavrantiga

Se é possível imaginar algum tipo de música que envolve, ao mesmo tempo, a não-pretensão e o propósito, pense em Palavrantiga.

O que quero dizer é: o que leva uns caras malucos que tocam muito bem a fazer esse som que a gente vem descobrindo nos últimos meses?

Um rock cheio de referências britânicas, falando alguma coisa sobre parar com esse papo de achar que sabe tudo sobre Deus (“Pensei que só por meu pensar tu virias a ser, mas não…”), e de repente, no meio de tudo (destas guitarras vintage em amps Vox), entra uma bossa nova revisitada.

Dois mineiros, dois capixabas. Eles já tocam juntos há mais de 5 anos participando de outros projetos e desde 2008 são o Palavrantiga. Cada um faz coisas diferentes em trabalhos paralelos ou estudos, mas antes da faculdade já havia algo em comum que, obviamente, os uniu como banda – a música.

O Palavrantiga é uma banda que toca junta há a cerca de três anos. Eles começaram tocando juntos com a Heloisa Rosa, que além de execusão, fizeram arranjos e produçao musical dos cds que são: Liberta-me, Unção que Une ( este em parceria com um outro ministério, Atmosfera da Adoração) e, o último, chamado Andando na Luz.

A expressão Palavrantiga, mais do que um neologismo, é um conceito. “É a união de 4 amigos que se divertem com a boa nova da reconciliação em suas vidas, dia após dia”, afirma Felipe Vieira, contra-baixista.

Uma banda que deseja transmitir uma idéia necessária ao viver desses tempos, que se resume numa única expressão sempre usada pelos membros da banda e que vem se espalhando entre os amigos: “Alegria sempre!”.

O feedback do conceito e de tudo que foi produzido a partir dele é extremamente positivo e gera ainda mais sorrisos. Foram mais de 4.000 EPs vendidos em um ano, utilizando o formato SMD – inovador e ideal para uma banda independente que está no início. “O EP em formato SMD possibilitou que mais pessoas nos conhecessem, acredito que nesse sentido ele foi mais eficiente que um CD convencional”, enfatiza Josias Alexandre, guitarrista.

Um número expressivo, ainda somado a quase 130 mil “plays” distribuídos pelas músicas do MySpace, além de 7 comunidades criadas no Orkut. A maior delas já passou dos 1.700 membros ativos e ávidos em receber mais novidades sobre a banda. Desde a simples cifra de uma faixa do EP, até discussões mais elaboradas sobre a poesia das canções.

Há apenas poucos meses o grupo está no Twitter e seu número de seguidores não para de crescer. É por lá que agora se pode encontrar o cotidiano de pessoas que citam versos de Palavrantiga em 140 caracteres. Um espaço mais dinâmico e rápido para divulgação de novidades da banda e contato direto com os amigos.

Para o grupo, qual o segredo deste caminhar inicial bem sucedido? “Vi que a gente estava dando esperança para muitas pessoas”, explica Marcos Almeida sobre seus encontros com amigos que admiram o som do Palavrantiga. “É basicamente esse o teor das conversas: esperança, edificação, gratidão, alegria!”, completa o cantor.

Resenha sobre o CD: Esperar É Caminhar


Um dos lançamentos mais esperados por mim era o trabalho desta banda que une sonoridade e letras que refletem a criatividade do Reino. A banda começou a mostrar seu trabalho depois de um EP que utilizou de forma bem sucedida a internet, com isso a expectativa por um CD completo era mais que óbvia.

O album começa com uma das melhores músicas escritas pelo grupo “O amor que nos faz um” uma letra instigante que revela nossas preocupações com tantas outras coisas e esquecemos da essência da unidade, destaque para o belo trabalho de metais no final da faixa.

Depois seguem-se duas faixas do EP, “Feito de Barro” com sua forte influência do rock inglês e “Olhei o meu dia”, e depois temos as ótima “Seguro Vou” que versa sobre a segurança que há no cuidado de Deus e conta com um belo arranjo nos teclados.

Depois de “Pensei”, uma das músicas mais conhecidas da banda, somos apresentados a “Vem me socorrer” um belo folk interpretado de forma única por Marcos Almeida. Uma das comparações feitas com a banda é sua sonoridade que lembra Los Hermanos, talvez a faixa em que fique mais presente isso seja “Hoje tem guerra” com sua mistura de guitarra e trompete fica dificil não comparar.

Depois o album ganha um tom mais intimista, “Imagino” e “Tudo Que Eu Não Vi é Tudo O Que eu Preciso Aprender” são verdadeiras orações de compromisso a buscar um verdadeiro relacionamento com Deus.

A faixa que dá título ao CD talvez seja a que mais vá agradar os ouvidos que não estão acostumados ao estilo de som banda, digo isso pela sua levada mais gospel, mas quem apenas prestar atenção no som vai perder uma letra muito profunda e reveladora que Deus não está ligado as nossas expectativas, mas aquilo que Ele é.

“Palavrantiga” é a faixa que fala dos atributos de Deus e como ele se revela a nós dia após dia, essa é uma das músicas da banda que tem experimentações de sintetizadores bem interessantes.

E prestes a encerrar o álbum “Rookmaker” que é uma das músicas mais inteligentes que escutei e que revela o propósito da banda de ser mais do que um grupo que canta músicas de adoração ou evangelísticas, mas cristãos que buscam mostrar que cultura e boas influências são necessários para um cristianismo relevante.

Por fim, o álbum encerra com a já conhecida “Casa” que já possui uma ótima versão ao vivo no álbum Todos Juntos por Você do Lucas Souza.

Se você acha que música cristã precisa falar de Deus em todos os versos, ou o instrumental precisa ser cheio de solos e firulas, você não vai gostar dessa banda, mas para quem quer sentir um sopro novo e quer escutar mais que uma banda cristã mas pessoas cristãs fazendo um bom trabalho que ultrapassa barreiras essa é uma ótima escolha para ouvir.

Discografia



Fontes



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